Prestes a completar um mês, desde que se intensificaram as medidas de isolamento no país, levantamento do Sebrae aponta que cerca de 600 mil PMEs encerraram suas atividades, devendo provocar a extinção de cerca de 9 milhões de empregos. Em sondagem realizada pela XP Empresas, 45% das PMEs alegaram que dispunham de caixa apenas para os 30 primeiros dias de paralisação de atividades. Infelizmente essa é a realidade que vivemos atualmente.
Muitos de nós já estamos pensando em como vai ser quando tudo “voltar ao normal”. Mas será que voltaremos à realidade que conhecíamos ou teremos uma vida diferente? São muitas dúvidas sobre o que vêm pela frente e quando isso vai acontecer. Alguns governos estaduais e municipais já pensam em flexibilizar o isolamento, mas ninguém sabe ao certo como será a volta as aulas, por exemplo, ou atividades corriqueiras como fazer compras, ir à academia e milhares de outras coisas “normais” na nossa rotina pré pandemia.
Pensando pelo lado dos negócios, o que se tem percebido na crise é que as empresas que ainda podem trabalhar oferecem os seus serviços também digitalmente. Os que trabalham com comida contam com aplicativos de entrega, por exemplo. Isso significa que a questão digital vai ser ainda mais forte a partir da pós-crise, vai ser praticamente um pré-requisito para uma empresa ter chances de concorrer com as outras.
Uma pesquisa realizada na China, primeiro epicentro da COVID-19, entre os dias 28 de fevereiro e 3 de abril ouviu 150 executivos com o objetivo de olhar para o fenômeno e tentar descobrir como as pessoas e as empresas vão se comportar a partir de agora.
O resultado mostrou que 77% dos entrevistados já trabalha em planos para a recuperação que incluem o uso maior das tecnologias inovadoras que se mostraram essenciais durante a pandemia, como algumas soluções citadas em nosso artigo “Como adaptar sua empresa ao homeoffice” . De acordo com a pesquisa, uma das grandes características do coronavírus é que ele provocou uma antecipação forçada do futuro, aumentando a integração digital entre empresas e consumidores e tornando o e-commerce e o sistema de delivery ainda mais estratégico. O home office também veio para ficar, já que muitas empresas perceberam que podem economizar com isso.
Algumas sugestões de como se preparar para o pós crise são:
AVALIE SEU SETOR
Aproveite esse momento para entender para onde seu setor de mercado está caminhando, quais são as novas tendências, quem são os novos “players” do mercado, dar uma olhada nos sites concorrentes para garantir o que eles estão oferecendo que você ainda não tem, e com isso expandir o seu leque de opções desde já.
Afinal de contas, apesar de alguns serviços essenciais não estarem em pleno funcionamento, como os Correios, as vendas continuam a acontecer. Apesar de muitos consultórios médicos estarem fechados, surgiu, de acordo com a legislação brasileira, a telemedicina, a fim de evitar mais pessoas nas ruas e, com isso, um maior contágio.
SE VOCÊ NÃO COLHER, PLANTE
Um dos gatilhos mentais mais utilizados no mundo do marketing é o da reciprocidade. De forma simples, isso significa que tendemos, por instinto, a recompensar os outros por aquilo que eles nos oferecem. Um grande case desse gatilho na prática, foi uma ação da rede de academias Smart Fit. Sem poder aceitar novas matrículas em sua centenas de unidades, eles anteciparam o lançamento de uma plataforma de treinos 100% online e a abriu de forma totalmente gratuita. A aposta da empresa é atrair potenciais clientes que possam se matricular na academia quando a crise passar. “Na Smart Fit hoje temos 2,7 milhões de clientes, com essa plataforma mais de 4 milhões de pessoas estão se exercitando com os nossos treinos”, revelou Edgard Corona, CEO da empresa, no início de abril.
SE ATENTE AO ESTOQUE
Aproveite uma eventual paralisação para avaliar linhas de produto, pontos de venda, linhas de produção que geram margem de contribuição negativa. Avalie o estoque obsoleto. Pode estar havendo boa oportunidade para queimar este estoque neste momento. Busque toda e qualquer forma de acumular caixa. Dessa forma, após tudo isso você poderá priorizar e montar estratégias focadas nos produtos com maior rentabilidade para sua empresa.
REAJUSTE SEUS OBJETIVOS
Estar preparado para esse novo mercado exige que, desde já, as lideranças criem métricas para acompanhar a evolução e transformação da economia, além de indicadores que possam mostrar com agilidade uma possível retomada.
Será necessário ajustar objetivos e metas que haviam sido traçados para o ano e revisar todo o desdobramento previsto, para todos os níveis, desde o presidente até a operação. É preciso ainda mapear as oportunidades que podem surgir para o seu segmento diante desta mudança de cenário. Processos poderão ser otimizados com base no aprendizado conquistado, rotinas comerciais, de operações e suporte poderão ser revistas. Novos produtos e canais poderão ser desenvolvidos, negócios serão transformados.
Portanto, é importante entender que toda a crise é passageira e que novas oportunidades surgirão e é preciso se preparar para isso. Esta fase é um convite para todas as organizações repensarem a sua forma de trabalho.
Se você está sentindo que a crise está prejudicando o seu negócio e ainda não sabe o que fazer, clique no link abaixo, e fale sobre o que está passando, que iremos tentar te ajudar no que pudermos!